Quando fabricantes chineses revelam o custo real de produção de marcas famosas, há um certo choque coletivo. Um tênis que custa R$ 1.200 e sai da fábrica por R$ 40 parece uma injustiça, um escândalo. Mas no marketing, isso não é fraude — é construção de valor intangível.
O consumidor não compra só o tênis. Compra a história, o desejo, a identidade aspiracional que a marca entrega. A propaganda é o palco onde tudo isso acontece.
Propaganda: persuasão sensorial
Ela não informa — encanta. Não apenas mostra — sugere, seduz, insinua. Repetição, imagem, som, emoção, lifestyle… Tudo isso é cuidadosamente orquestrado para formar a realidade emocional de um produto.
E funciona. Quando você acredita que um iPhone é sinônimo de status, ou que um perfume é passaporte para sedução, é porque a propaganda cumpriu seu papel: transformou percepção em verdade emocional.
Honesto ou desonesto?
Depende do ponto de vista.
- Honesto, se o consumidor está consciente de que compra também status, design, identidade, e aceita pagar por isso.
- Desonesto, se há manipulação velada, se a propaganda omite realidades importantes ou explora vulnerabilidades emocionais, ou sociais.
No fim das contas…
O marketing é um jogo de significados. E a propaganda é o feiticeiro que transforma um objeto comum em um objeto de desejo. A magia está em como ela molda nosso olhar — nem sempre mentindo, mas quase sempre criando uma nova necessidade.