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A era do textinho

A era do textinho

Posted on 29/03/202529/03/2025 By Patrice Lima

O Twitter, hoje X, inaugurou a era do textinho. Surgiu com a proposta de mensagens curtas, limitadas a 140 caracteres, inspiradas nos antigos SMS. A ideia era a comunicação rápida e objetiva. No entanto, com o tempo, a própria plataforma percebeu que a brevidade excessiva comprometia a compreensão e o contexto das mensagens. Assim, em 2017, a rede social ampliou o limite para 280 caracteres. Mas a questão central permaneceu: ainda que mais longas, as mensagens seguiam rasas e insuficientes para a discussão de ideias complexas.

O Twitter precisou se adaptar à necessidade humana de mais espaço para expressar pensamentos.

A Superficialidade Como Regra

A aversão a textos longos reflete um fenômeno mais amplo: a cultura descartável. imediatista e da gratificação instantânea. Para muitos, se uma informação não pode ser resumida em três linhas então não vale a pena. O problema é que o conhecimento não se sustenta em fragmentos isolados. Grandes ideias exigem desenvolvimento, contexto e aprofundamento. Textos mais extensos permitem a formação de opinião própria, enquanto textos curtos limitam o pensamento crítico.

Pesquisas indicam que pessoas que leem regularmente têm maior capacidade de análise, resolução de problemas e empatia. Um estudo da Universidade de Stanford mostrou que leitores assíduos apresentam melhor desempenho cognitivo em comparação com aqueles que evitam a leitura. Já um levantamento da National Endowment for the Arts revelou que indivíduos que não têm o hábito da leitura estão mais propensos a ter dificuldades para interpretar informações complexas, o que impacta sua formação como cidadãos ativos e críticos.

O conhecimento humano é construído sobre a leitura e a escrita. Sem o hábito de ler textos longos, a capacidade de análise, reflexão e compreensão de mundo fica comprometida. A superficialidade da era digital está tornando as pessoas menos capacitadas para argumentar, compreender nuances e tomar decisões informadas. Se queremos uma sociedade equilibrada e preparada, precisamos resgatar o valor de adquirir conhecimento sobre alguma coisa.

Blog Tags:textão

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